Conheça Fernando Sarney, interventor que substitui Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF
Indicado pelo TJ-RJ é filho de ex-presidente José Sarney e será responsável por convocar novas eleições
Fernando Sarney foi nomeado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Gabriel de Oliveira Zeferino, como o presidente interino da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele assume o posto como interventor após o afastamento de Ednaldo Rodrigues na tarde desta quinta-feira e será o responsável por convocar uma nova eleição em até 60 dias.
Fernando Sarney foi um dos signatários do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu como legítima a eleição de Ednaldo. No entanto, Sarney passou a ser mais um a questionar a autenticidade da assinatura do coronel Nunes no documento.
Fernando José Sarney tem 70 anos de idade e é filho do ex-presidente da República e do Senado, José Sarney (PMDB), com sua esposa Marly Sarney. Ele nasceu em São Luís, capital do Maranhão, e se formou em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1978.
Sarney está na CBF desde 1998. Ele entrou na entidade como diretor de Relações Governamentais. Ganhou destaque por sua habilidade diplomática e, em 2015, assumiu uma cadeira no Comitê Executivo da Fifa, indicado por Marco Polo Del Nero, que havia renunciado ao posto.
O maranhense já foi alvo da Polícia Federal (PF) que o indiciou por evasão de divisas por ter uma conta na China, depois que ele se recusou responder todas as perguntas durante depoimento em São Paulo.
Em outra investigação, a Operação Faktor, anteriormente denominada Operação Boi Barrica, Fernando Sarney foi indiciado por formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, por suspeita de movimentações financeiras sem registro na campanha da irmã, Roseana Sarney, pelo governo do Maranhão, em 2006. Ele negou as acusações.
Em 2009, o Estadão noticiou informações sobre escutas telefônicas da operação. Fernando Sarney, então, pediu no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), que o jornal fosse impedido de publicar as informações.
Nove anos depois, em 2018, o então ministro do STF Ricardo Lewandowski negou um recurso do Estadão. Apenas em 2019, o juiz Atalá Correia, da 12ª Vara Cível de Brasília, julgou improcedente o pedido ao negar o mérito da ação.
Além de cargos nas gestões de Ednaldo Rodrigues e Marco Polo Del Nero, Fernando Sarney fez parte das administrações de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Rogério Caboclo.
